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segunda-feira, 29 de junho de 2015

Anvisa suspende medicamento Resfryneo


    Anvisa suspendeu a distribuição , comercialização e uso, de todos os lotes dentro do prazo de validade do medicamento Resfryneo (paracetamol), cloridrato de fenilefrina , maleato de clorfeniramina) , cápsula e solução oral.
    O medicamento é fabricado pela empresa Brainfarma Indústria Química e Farmacêuticas S.A e foi suspenso após auditoria da vigilância sanitária. Durante a inspeção foi constatado a utilização de fabricante de fármaco, matéria prima do medicamento, em locais não aprovados pela Agência.
    A medida está na Resolução nº 1.885/2015, publicada nesta segunda-feira (29/6) no Diário Oficial da União (DOU) - http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=79&data=29/06/2015

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Anvisa aprova primeiro medicamento radiofármaco pronto para uso




   A Anvisa concedeu o registro para o medicamento Radioglic® - Fludesoxiglicose (18F), fabricado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear/CDTN. Este é o primeiro medicamento da categoria de radiofármacos pronto para o uso registrado pela Anvisa desde a publicação da RDC n° 64/2009, norma que dispõe sobre o registro desses produtos. O registro foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (22/06).
   O medicamento foi aprovado pela Anvisa na forma farmacêutica de solução injetável para administração intravenosa de fludesoxiglicose (18F), disponível em dez apresentações comerciais: frascos-ampola de até 15 mL, contendo atividades de 0,4 GBq ; 1 GBq; 2 GBq; 3 GBq; 5 GBq; 8 GBq; 13 GBq; 16 GBq; 19 GBq; 29 GBq, na data e hora da calibração.
   Radioglic® está indicado para uso exclusivo em radiodiagnóstico nos serviços de medicina nuclear e destinado a exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET e PET/CT), nas áreas de Oncologia, Cardiologia e Neurologia.
   Fludesoxiglicose (18F) é um análogo radioativo da glicose, que se acumula em todas as células que utilizam glicose como fonte primária de energia. É o radiofármaco mais comumente utilizado para obtenção de imagens em PET.
   A expectativa é de que sejam solicitados registros para todos os radiofármacos que estejam em comercialização no país. Assim, a Agência dará continuidade ao processo de regulamentação desta categoria de medicamentos, criando um cenário positivo para a entrada de novos produtos.

Fonte: Anvisa

Antibiótico Benzetacil está em falta no país e escassez preocupa médicos




   A penicilina benzatina, muito conhecida pelo nome comercial Benzetacil, um antibiótico usado para tratar sífilis e outras infecções, está em falta no Brasil tanto no setor público quanto no privado. A crise de abastecimento, que segundo o Ministério da Saúde é provocada por escassez de matéria-prima, tem preocupado os médicos.
   A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) já manifestou sua preocupação em ofício enviado para o Ministério da Saúde recentemente. “O fornecimento da penicilina benzatina está intermitente e isso é um problema muito sério”, diz o médico Luís Fernando Aranha Camargo, da SBI. 
   Ele diz que a falha no fornecimento atinge os setores público e privado. “Sendo a penicilina um tratamento extremamente simples contra a sífilis – de uma a quatro injeções já resolvem – a falta é um grande problema.”
   Segundo o médico sanitarista Artur Kalichman, do Programa Estadual DST/Aids do Estado de São Paulo, a dificuldade de disponibilidade da penicilina não é aguda no momento, mas pode piorar. “Existe pouca oferta de penicilina e isso tem que aumentar. Ela é importante no tratamento da sífilis. Tem drogas que podem ser usadas em substituição, mas a primeira opção é a penicilina”, afirma Kalichman.
   Caso não seja tratada, a sífilis pode comprometer o sistema nervoso central e o sistema cardiovascular. A sífilis congênita, transmitida da mãe para o bebê, pode causar mal-formação do feto.

Falta de matéria-prima
   Em nota, o Ministério da Saúde afirma que vem monitorando e acompanhando a produção nacional do medicamento ao lado dos laboratórios produtores, que alegam dificuldades na produção devido à “escassez mundial no suprimento de matéria-prima”.
   Atualmente, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), existem no Brasil quatro empresas com registro válido para produzir a penicilina benzatina, também conhecida como benzilpenicilina benzatina ou penicilina G benzatina. A Eurofarma, que produz o remédio com nome comercial Benzetacil, a Fundação para o Remédio Popular (Furp), o Laboratório Teuto Brasileiro S/A e a Novafarma Indústria Farmacêutica LTDA.
   Segundo a Eurofarma, detentora da principal marca do produto no Brasil, há cerca de dois anos, a empresa “se deparou com a escassez de matéria-prima para a produção da penicilina benzatina no mercado mundial”.
   O laboratório esclarece que, no Brasil, existe uma dependência de fornecedores de insumo internacionais, já que o país não é um polo de química fina. O antigo fornecedor da matéria-prima para a Eurofarma fechou sua fábrica e o laboratório buscou um novo fornecedor, já homologado pela Anvisa. A empresa não informou o nome do fornecedor de matéria-prima. Segundo a Anvisa, essa informação “é confidencial da empresa detentora do registro do medicamento”.
   “Com importação a partir de plantas na Áustria e China, o fornecimento de matéria-prima para a produção de Benzetacil passa neste momento por um processo de regularização de fornecimento, ainda com impacto no abastecimento”, afirmou a Eurofarma, em nota. A empresa ressaltou que a substituição de fornecedores no setor farmacêutico não é um processo simples, já que deve seguir critérios sanitários rigorosos.
   Já o laboratório Teuto, que produz a penicilina benzatina de nome comercial Bepeben, afirmou, em nota, que a produção e distribuição da droga para o segmento hospitalar está "dentro da normalidade".
   Segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), que representa boa parte das indústrias farmacêuticas do Brasil, o desabastecimento de penicilina é um problema mundial e a interrupção do fornecimento dos insumos para a produção foi repentina, o que originou o problema.

Ministério espera normalização este mês
   O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que espera que a situação se normalize ainda este mês. “Foram realizadas reuniões, entre janeiro e abril deste ano, com o Ministério da Saúde, para buscar uma solução ao problema. As empresas se comprometeram a adotar todas as providências para normalizar o fornecimento do medicamento ainda neste mês de junho”, afirmou a pasta, em nota.

Problema de longa data
   Além de ser a primeira linha de tratamento contra sífilis, o remédio, é ainda usado para tratar outras infecções, como a febre reumática aguda, doença bacteriana que afeta coração, cérebro e articulações.
    Em um documento da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2005 sobre o controle de infecções como a febre reumática aguda, o problema do abastecimento de penicilina benzatina já foi citado.
   "Nos últimos tempos, tem havido problemas tanto em relação à disponibilidade quanto em relação à qualidade da penicilina benzatina ao redor do mundo. Em muitos países, essa medicação é escassa, e frequentemente está indisponível por períodos prolongados. Ainda mais preocupante, a qualidade da medicação é altamente variável."
   Uma carta publicada em 2013 pela Federação Mundial do Coração na revista "Nature Reviews Cardiology" também chama a atenção para o problema.
   “A penicilina benzatina está na lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde, mas o fornecimento global dessa droga tem sido inconsistente. O processo de fabricação da forma em pó da penicilina benzatina, dose efetiva, e o parâmetro de qualidade são, em grande parte, mal documentados, e a droga é produzida por um número desconhecido de fabricantes genéricos."

Fonte: G1

domingo, 21 de junho de 2015

Anvisa atrasa liberação de insumos

    Demora no processo de ‘anuência sanitária’ de matérias-primas importadas aumenta custos de armazenagem de laboratórios além de provocar escassez de produtos, como os kits para diagnóstico da dengue.
 
    Rio - O atraso na liberação, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de insumos importados está prejudicando desde o início do ano a indústria farmacêutica, levando até ao desabastecimento de produtos como os kits para diagnóstico da dengue. A espera pela chamada “anuência sanitária” da agência reguladora aumentou de menos de uma semana corrida para até 30 dias úteis, de acordo com a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), que representa 40 empresas do setor. A situação é particularmente crítica nos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e do Galeão.
    “Faltam funcionários na Anvisa para fazer a liberação dos produtos importados”, afirma Carlos Gouvêa, presidente executivo da CBDL. “O quadro da agência tinha muitos servidores federais cedidos por outras autarquias e órgãos federais, alguns deles já extintos. Uma grande parte se aposentou e não houve preenchimento das vagas em aeroportos”. Por utilizar matérias-primas com menor vida útil, mais perecíveis, o segmento de diagnóstico laboratorial vem sofrendo mais com a demora nas liberações. Fabricante de kits para diagnóstico da dengue, a carioca Medivax, por exemplo, tem esperado em média 45 dias para obter a liberação de seus insumos no Aeroporto do Galeão. “Nossos insumos têm vida útil curta, de oito, nove meses. Um atraso de 45 dias é muito para nós”, comenta Eduardo Weizmann, gerente de Operações da empresa. Por causa dos atrasos, a Medivax não têm conseguido cumprir prazos previstos em licitações para entrega de produtos à prefeituras e órgãos de Estado.
    Além de gerar desabastecimento de alguns produtos no mercado, a demora na liberação aumentou os custos de armazenagem, já que até passarem pelo crivo da Anvisa as mercadorias ficam estocadas em portos ou aeroportos. “A conferência pela Anvisa, em conjunto com o despachante aduaneiro, demorava três dias até o fim do ano passado”, conta Jorge Janoni, diretor geral do laboratório Kovalent e da importadora e distribuidora Byosis. Como a armazenagem é paga por semana, o grupo normalmente gastava apenas o valor referente a sete dias. Agora, chega a pagar por quatro semanas de estocagem. “Todo mundo está superestocando. O problema é que o nosso produto tem prazo de validade”, diz Janoni.
    De origem francesa, o laboratório bioMérieux enfrenta dificuldades similares. “O volume de itens impactados pela lentidão já supera os 13 mil kits de diferentes produtos e reagentes utilizados no diagnóstico in vitro em laboratórios e hospitais. Alguns laboratórios e hospitais irão receber produtos com até 60 dias a menos de validade, na média”, estima Wesley Schiavo, gerente de Produto da bioMérieux.
    Já os fabricantes de medicamentos tendem a ser menos afetados do que os de produtos de diagnóstico laboratorial, por normalmente trabalharem com matérias-primas de validade mais extensa. Mesmo assim, a Interfarma — entidade que engloba 55 laboratórios — confirmou em nota que “algumas farmacêuticas associadas informaram estar enfrentando uma espera acima do normal para a liberação de cargas contendo matéria-prima e medicamentos”. Ainda de acordo com a associação, “a espera acima do normal não chegou a comprometer o abastecimento do mercado nacional, mas o risco disso acontecer não está descartado”. No Brasil, 86% da matéria-prima empregada na fabricação de medicamentos é importada. “Praticamente toda a indústria farmacêutica é afetada pela demora na liberação das cargas”, acrescenta a Interfarma.
    Um executivo do setor que pediu para não ser identificado conta que participou na semana passada de uma reunião com o diretor-presidente substituto da Anvisa, Ivo Bucaresky, na qual o tema foi abordado. “Ele se mostrou ciente do problema e disse que a agência está fazendo um esforço em termos de recursos humanos para diminuir os atrasos, com remanejamento de pessoal”, conta ele.Procurada para comentar os atrasos na liberação de insumos importados, a Anvisa não se pronunciou.

Fonte: http://brasileconomico.ig.com.br

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Diclofenaco e Naproxeno estão inibindo ovulação em apenas 10 dias, alerta cientista

  

     Segundo especialistas, medicamentos podem reduzir a fertilidade feminina.
   Investigadores descobriram que um grupo de medicamentos, conhecidos como fármacos anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs), “inibem de forma significativa a ovulação”. Estes produtos estão entre as drogas mais usadas em todo o mundo, sendo tomadas por mais dezenas de milhões de pessoas todos os dias. Disponíveis sem receita médica, eles são amplamente utilizados para o tratamento de dores, inflamação e febre, todas as características comuns de condições que envolvem a dor articular e muscular. Eles incluem os populares naproxeno, diclofenaco, ibuprofeno e ácido acetilsalicílico.
      Os pesquisadores analisaram os efeitos de três AINEs: diclofenaco, naproxeno e etoricoxib, e a relação com a fertilidade.
     Apenas de 6% a 27% das mulheres que tomavam os medicamentos, ovularam normalmente, dependendo do tipo de medicamento utilizado. Os médicos disseram que o risco de redução da fertilidade relacionado com as drogas, devem ser comunicados às mulheres que tomam regularmente a medicação.
    Os pesquisadores sugerem que as drogas também podem ser pesquisadas como um contraceptivo potencial. "Depois de apenas dez dias de tratamento, vimos uma diminuição significativa da progesterona, um hormônio essencial para a ovulação, em todos os grupos de tratamento, bem como cistos funcionais em um terço das pacientes", disse o investigador do estudo, professor da Universidade de Bagdá, no Iraque, Sami Salman.
     "Estes resultados mostram que mesmo o uso a curto prazo destes populares medicamentos, poderiam ter um impacto significativo sobre a capacidade das mulheres de ter filhos. Isso precisa ser melhor comunicado aos pacientes com doenças reumáticas, que podem tomar esses medicamentos em uma base regular, com pouca consciência do impacto", completou Salman.

Fonte: FM Dourados

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Entenda o significado das siglas nos medicamentos

 

Algumas formas farmacêuticas de apresentações diferenciadas são identificadas por algumas siglas que acompanham seus nomes comerciais (BD, XR, SR etc.), relacionadas com a forma de liberação, modificando a farmacocinética do medicamento.

Vamos entender primeiramente 3 conceitos básicos:

LIBERAÇÃO: o princípio ativo contido em um medicamento precisa sair dele, ser liberado, para tornar-se disponível para absorção pelo organismo e fazer o efeito.
LIBERAÇÃO CONVENCIONAL: é a liberação regular, comum. Aquela, cujo padrão de liberação não foi por sua vez alterado muito menos passou por modificações.
LIBERAÇÃO MODIFICADA: é aquela cujas características de liberação do principio ativo (fármaco) foram alterados, para conseguir melhor efeito terapêutico, causando menos efeitos colaterais e comodidade ao paciente, diminuindo as doses diárias.

Veja a tabela abaixo com as siglas e significados:
 


Fonte:
Adriana V. Rodrigues de Freitas, Luiz O. Cabianca, Raimundo V. P. Natividade e João Marcelo A. B. B. Nabas. Sigla de medicamentos.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Saiba a diferença entre Prednisona e Prednisolona

   
 Prednisona é corticosteroide farmacologicamente inerte que requer biotransformação hepática para produzir prednisolona, sua forma terapeuticamente ativa;(Klasco, 2012) dessa forma, administrando-se um ou outro fármaco, a ação farmacológica será exercida pela prednisolona.

    Prednisona e prednisolona têm as mesmas indicações e posologias. Contudo, alguns indivíduos com disfunção hepática podem obter maior benefício com a prednisolona porque esta não requer biotransformação hepática.(Klasco, 2012)

    Embora a troca de prednisona por prednisolona seja tecnicamente adequada, como tais medicamentos não são bioequivalentes e intercambiáveis (como ocorre entre medicamentos de referência e os respectivos genéricos), tal conduta requer nova prescrição.

    As principais indicações terapêuticas da prednisona e da prednisolona são listadas a seguir:(Brasil, 2010)

- Adjuvante em processos inflamatórios do sistema musculoesquelético;
- Processos alérgicos e adjuvante em anafilaxia;
- Adjuvante no tratamento da hanseníase;
- Adjuvante no tratamento de pneumonia pneumocística moderada ou grave;
- Adjuvante no tratamento com antineoplásico;
- Imunossupressão em doença autoimune;
- Asma grave persistente e asma aguda grave.

 
 Bibliografia
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010: Rename 2010. 2a. edição. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/FTN_2010.pdf.

2. Klasco RK (Ed): Martindale: The Complete Drug Reference. Thomson MICROMEDEX, Greenwood Village, Colorado, USA.
Disponível em: http://www.thomsonhc.com/. Acesso em: 21.09.2012.

domingo, 14 de junho de 2015

Interações entre Leite x Medicamentos

   
  Leite é um alimento complexo do ponto de vista nutricional, ou seja, é composto por gordura, vitaminas, proteínas, íons, etc. E, devido a esses vários componentes, sua interação com medicamentos ocorre de diversas maneiras. Para descrever essa interação é preciso entender que há envolvimento de fatores ligados ao medicamento e ligados ao leite.

    A respeito do leite, ele pode causar prejuízo na ação de medicamentos de duas formas:

- O primeiro meio de interferência se dá de forma indireta: o leite, quando ingerido, por ser um alimento, faz com que o organismo produza substâncias, como suco gástrico e enzimas digestivas, para a sua digestão. Alguns medicamentos podem ter seu principio ativo destruído por essas substâncias produzidas ou ter sua taxa de absorção pelo organismo alterada e estas duas alterações prejudicam a ação do medicamento no paciente.

 - O segundo meio de interferência ocorre de forma direta: o leite é conhecido por ser fonte de cálcio, que é um íon. O cálcio pode reagir quimicamente com alguns princípios ativos de medicamentos, em uma reação chamada de quelação. De uma forma bem simples é como se o íon “grudasse” ao principio ativo formando um complexo que não é absorvido ou metabolizado pelo organismo e assim não é observado o efeito esperado do medicamento. Outros nutrientes, também presentes no leite, podem reagir quimicamente com o medicamento e causar os mesmos problemas.

    Já em relação ao medicamento, a interação prejudicial com o leite pode ser devido ao próprio princípio ativo responsável pelo efeito farmacológico ou ligada a um componente presente na formulação do medicamento. Ou seja, o leite pode não interagir com o princípio ativo, mas com outro componente presente no medicamento.

    Pode-se resumir as formas de interação prejudicial entre o leite e os medicamentos como foram descritas acima. Essas situações ocorrem com um número muito grande de medicamentos, ficando impossível listar todos aqui e gravar cada um para, no dia-a-dia, saber qual pode ser ingerido  acompanhado ou não de leite ou qualquer outro alimento. Para exemplificar: a ciprofloxacina, a tetraciclina, a ampicilina, a ranitidina e a digoxina são alguns medicamentos que não podem ser tomados com leite.

    Além do leite, outros alimentos como refrigerante e café também podem prejudicar a ação de medicamentos no organismo. Diante dessa variedade de possibilidades, a melhor recomendação é tomar seu medicamento com um copo de água cheio. Seguindo as orientações dadas pelo farmacêutico, médico ou bula do medicamento sobre qual a melhor condição tomar seu medicamento: em jejum, no intervalo das refeições ou durante elas, por exemplo.


    Tomar medicamentos com água é a melhor opção, porque ela não é tão complexa do ponto de vista de componentes como o leite, assim, não interage diretamente com o medicamento e não leva à produção de substâncias digestivas pelo organismo.


    Recomenda-se o copo cheio para que o medicamento seja conduzido melhor até o estômago, não tendo muito contato com o esôfago - o esôfago é o órgão que conduz o alimento da boca ao estômago - e, dependendo da natureza do medicamento esse pode machucar tal órgão. A água também facilita o medicamento se dissolver diminuindo irritações ao estômago e contribuindo para sua absorção.

Fontes:

Medicamento na dose certa. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2005/070105_2_4.htm.
Interação fármaco-nutriente: uma revisão. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52732002000200011&script=sci_arttext

sábado, 13 de junho de 2015

A importância do Ômega 3, principais fontes e funções no organismo

Ômega 3
Saiba mais sobre a importância do Ômega 3, principais fontes, funções no organismo, benefícios para a saúde, bibliografia.
Atum: peixe rico em Ômega 3 
Atum: peixe rico em Ômega 3
O que é: 
 
Ômega 3 são ácidos graxos polinsaturados importantes para o bom funcionamento do organismo dos seres humanos. São as chamadas gorduras boas. Podem ser de origem vegetal (Ácido Alfa Linolênico) ou animal, produzida por algumas espécies de peixes (Ácido Docosahexaenóico e Ácido Eicosapentanóico).

Benefícios para a saúde:

- Controle da pressão arterial.
- Normaliza a circulação sanguínea e o ritmo do coração.
- Combate a osteoporose.
- Melhora o funcionamento das atividades do cérebro.
- Evita doenças auto-imunes.
- Dificulta o desenvolvimento de processos inflamatórios.
- Ajuda a diminuir os níveis de triglicerídeos no sangue.

Estudos recentes revelam a importância dos ácidos graxos Ômega-3 no Câncer:

    Eles podem inibir a carcinogênese, retardar o crescimento de tumores e aumentar a eficácia da radioterapia e de várias drogas quimioterápicas, conforme demonstrado por estudos in vitro, experimentais com animais e alguns ensaios clínicos. Os ácidos graxos ômega-3 (AGs n-3), especialmente os EPAs, parecem ter importante papel na caquexia induzida pelo câncer. Vários mecanismos de ação foram propostos para explicar como os AGs n-3 podem modificar o processo de carcinogênese, tais como: supressão da biossíntese dos eicosanoides derivados do ácido araquidônico; influência na atividade do fator de transcrição nuclear, na expressão gênica e nas vias de transdução de sinais; alteração do metabolismo do estrogênio; aumento ou diminuição da produção de radicais livres e espécies reativas de oxigênio e; influência nos mecanismos envolvendo a resistência à insulina e a fluidez das membranas. 


Principais Fontes de Ômega 3:

- Peixes oleosos de água fria (atum, arenque, sardinha, cavala e salmão)
- Óleo de Canola
- Óleo de Soja
- Azeite
- Rúcula
- Espinafre
- Linhaça
- Sementes de Sálvia

Você sabia?

Evite fritar alimentos ricos em Ômega 3, pois o aquecimento acima de 180 graus pode tirar suas propriedades benéficas.

Fontes:
http://www.eufic.org/article/pt/nutricao/gorduras/artid/importancia-dos-acido-gordos-omega-3-e-omega-6/
http://www.inca.gov.br/rbc/n_55/v03/pdf/83_revisao_literatura3.pdf

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Anticoncepcionais Orais - Mitos, Verdades e Recomendações

  

    A Pílula - como são popularmente conhecidos os contraceptivos orais - possivelmente é o método de contracepção mais comum no mundo: calcula-se que nada menos que 90 milhões de mulheres no mundo todo façam uso da Pílula! Os anticoncepcionais atuam evitando que ocorra a ovulação - liberação de óvulo pelos ovários, que se dá por volta do 14º dia do ciclo menstrual.
     Com esse número de usuárias, não é de se espantar que os anticoncepcionais orais (ou, abreviando, ACOs), façam parte do seleto grupo de medicamentos mais exaustivamente pesquisados desde o seu surgimento, há cerca de 35 anos.
Apesar de nenhum método contraceptivo ser isento de riscos, estes tendem a ser mínimos e contrabalançados pelos benefícios. Um bom acompanhamento médico pode ajudar a reduzir os riscos em potenciais durante o uso.
     Em março de 1996, um grupo de pesquisadores internacionais reuniu-se para desenvolver um consenso quanto aos parâmetros essenciais no acompanhamento das mulheres em uso de contraceptivos orais. Decidiram que deve-se (1) prestar atenção especial aos antecedentes pessoais e familiais de doenças e riscos cardiovasculares das pacientes e (2) realizar aferições regulares da pressão arterial, uma vez que complicações cardíacas (infarte) e vasculares (tromboembolismo venoso) sabidamente relacionam-se ao uso da Pílula.

15 Perguntas e Respostas para Mitos Freqüentes Envolvendo a Pílula
01 - Parar de tomar pílula pode causar acne.
Verdade. Os androgênios (hormônios masculinizantes) têm sido implicados na etiologia da acne vulgar, possivelmente por intensificar a hiperceratose folicular. Os ACOs reduzem os níveis sangüíneos de androgênios e, dessa forma, podem colaborar para diminuir a gravidade da acne. Por outro lado, com não existem verdades absolutas na medicina, em algumas raras mulheres a acne pode ser um efeito colateral da pílula. 

02 - Alguns remédios podem anular o efeito do anticoncepcional.
Verdade. Sabe-se que a ampicilina, por exemplo, um antibiótico bastante comum e utilizado no tratamento de infecções urinárias, faringo-amigdalites e pneumonias, entre outros, pode reduzir a eficácia dos ACOs. Ainda, várias drogas anti-convulsivantes (utilizadas no tratamento de diversas formas de epilepsia) podem diminuir a eficácia dos anticoncepcionais orais. Nesses casos, a mulheres devem se certificar de que o contraceptivo oral escolhido contenha pelo menos 50 microgramas de etinil-estradiol ou mestranol.

03 - Mulheres que usam pílula têm maior risco de câncer de mama e de útero.
Vamos por partes. O risco de câncer de mama é praticamente o mesmo entre usuárias e não-usuárias de ACOs. Nos tumores malignos do endométrio (camada mais interna do útero) e do ovário, a pílula exerce um efeito protetor - as usuárias de ACOs apresentam metade do risco de câncer de endométrio e ovário das não-usuárias.
Entretanto, o uso de contraceptivos orais por mulheres jovens parece associar-se ao surgimento de miomas uterinos (tumores benignos) na pré-menopausa, mas são necessários outros fatores reprodutivos (a pílula não leva a culpa sozinha...).
Quanto à relação entre câncer de cérvice uterina e uso de ACOs, parece não existir consenso - alguns estudos indicam um aumento na incidência, mas nada está definitivamente comprovado.

04 - Pílula engorda.
Ainda que o ganho de peso esteja entre as queixas mais comuns das mulheres que utilizam ACOs, estudos mostraram que isto pode não ser completamente verdadeiro. Uma pesquisa recente avaliou a variação de peso de 128 mulheres em uso de contraceptivos orais durante 4 meses e descobriu que 72% das pacientes não apresentaram qualquer alteração de peso no final do período. Assim, queixar-se de ganho de peso já não é a melhor desculpa para interromper o uso da pílula...

05 - Pílula faz mal para o cabelo.
Não existem evidências científicas comprovando este fato.

06 - A pílula me encheu de varizes.
Os ACOs possuem diversos efeitos sobre o sistema cardiovascular e é possível que estejam envolvidos de alguma forma no desenvolvimento de teleangiectasias (varizes), mas as pesquisas produziram resultados controversas até o momento.
07 - Depois que comecei a tomar a pílula, meu humor mudou.
Podem ocorrer náuseas, dor de cabeça, dor nos seios, sangramentos vaginais irregulares e depressão nos primeiros meses de uso da Pílula, mas estes efeitos colaterais freqüentemente cessam após alguns meses.

08 - A Pílula pode ser usada no tratamento da endometriose.
ACOs realmente fazem parte do tratamento não-cirúrgico desta doença. Progestinas isoladamente podem ser úteis e são a primeira escolha de muitos especialistas.

09 - Depois que comecei a tomar a pílula, não tive mais cólicas menstruais.
A menstruação dolorosa (chamada de dismenorréia pelos médicos) é menos freqüente nas mulheres que não ovulam. Por isso, os ACOs podem ser úteis em 70-80% dos casos de dismenorréia. Quando a pílula é suspensa, as mulheres geralmente sentem a mesma intensidade de dor que apresentavam antes do seu uso.
Todavia, alguns ACOs podem estar associados à ocorrência de hipermenorréia (menstruação muito volumosa e intensa) e a falta de controle de problemas no ciclo menstrual, caracterizada principalmente por sangramentos irregulares e menstruações dolorosas, são problemas comuns enfrentados por algumas usuárias de contraceptivos orais, sendo uma das principais razões de suspensão do uso - cerca de 1/3 das mulheres em uso de ACOs apresentam sangramentos (spottings)intermenstruais.

10 - Mulheres que tomam Pílula demoram mais para engravidar quando param.
Verdade. O retorno à fertilidade em mulheres que interromperam o uso de ACOs leva mais tempo quando comparado às mulheres que interromperam outros métodos contraceptivos, mas não parece haver prejuízo da fertilidade como um todo. 

11 - Com o tempo, a Pílula ajuda a proteger os ossos.
Algumas pesquisas têm mostrado que o uso de altas doses de ACOs em mulheres após a menopausa diminui o risco de fraturas e suspeita-se que seu uso possa melhorar a densidade mineral óssea em mulheres jovens, mas faltam maiores comprovações científicas.

12 - Mulheres com doença falciforme não podem tomar Pílula.
Mulheres com drepanocitose (doença falciforme) freqüentemente não fazem uso de contraceptivos orais contendo estrogênio e progesterona, pois preocupam-se com a possibilidade dos hormônios piorarem a doença. Estudos laboratoriais não encontraram evidências comprovando este temor.

13 - Mulheres com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) não devem tomar Pílula.
Verdade. Os contraceptivos orais podem precipitar episódios de LES em mulheres portadoras desta doença.

14 - Tenho mais de 40 anos e acabei de ter minha última menstruação. Não preciso mais tomar pílula.
Perigo! Este tipo de comportamento está arriscado a ser premiado com uma gravidez indesejada. Nas mulheres que estão entrando na menopausa, recomenda-se o uso de ACOs por 12 meses após a última menstruação.

15 - A Pílula pode piorar a asma.
Mentira. As alterações nos níveis hormonais parecem ter um papel importante na gravidade da asma nas mulheres e cerca de 30 a 40% das mulheres apresentam flutuações na gravidade das crises relacionadas ao ciclo menstrual. A crise tende a ocorrer três dias antes e durante os quatro dias da menstruação. Os anticoncepcionais orais podem ajudar estes casos, nivelando as flutuações hormonais.

Precauções e Contra-indicações no uso de Contraceptivos orais
Apresentamos abaixo uma lista de possíveis situações que devem ser consideradas e discutidas com seu médico antes de escolher um método contraceptivo.
A Pílula não é recomendada em mulheres com:
- Tromboflebite ou distúrbio tromboembólico ou história de coagulopatia.
- História de acidente vascular cerebral (derrame).
- História de doença arterial coronariana, angina pectoris, ataque cardíaco, insuficiência cardíaca ou valvulopatia cardíaca.
- Insuficiência renal.
- Antecedentes ou suspeita de câncer de mama ou câncer estrogênio-dependente em órgãos reprodutivos.
- Gravidez confirmada.
- Tumor de fígado ou Hepatite aguda.
Recomenda-se acompanhamento médico regular e criterioso para as mulheres em uso de contraceptivos orais que apresentem qualquer um dos seguintes itens:
- Sejam fumantes e tenham mais de 35 anos de idade (os riscos são ainda maiores naquelas que fumam mais de 15 cigarros/dia)
- Enxaqueca após o uso de contraceptivos orais
- Diabetes ou Diabetes gestacional
- Cirurgia eletiva de grande porte, com ou sem previsão de imobilização prolongada
- Sangramento vaginal/uterino de origem obscura
- Drepanocitose (Anemia Falciforme)
- Mulheres na fase de aleitamento
- Doenças da vesícula biliar ou icterícia
- Mulheres com mais de 50 anos de idade
- Doenças do coração ou rins, ou história familiar (especialmente mãe ou irmãs) de morte por doença cardíaca antes dos 50 anos de idade.
- História familal de hiperlipidemia (excesso de gordura no sangue)
- Retardamento mental, doenças psiquiátricas, alcoolismo, dependência de drogas ou qualquer outro distúrbios que dificulte a utilização regular da medicação

Referências Selecionadas:
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