Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
O que é
O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI), também conhecido por derrame
ou isquemia cerebral, é causado pela falta de sangue em uma área do cérebro por
conta da obstrução de uma artéria.
Responsável por 85% dos casos de derrame, a doença é a principal causal de
morte e incapacidades no Brasil. A cada 6 segundos uma pessoa no mundo morre
decorrente de um AVC. Raro em crianças, acomete tanto pessoas jovens quanto
idosas.
Quando não mata, o AVCI deixa sequelas que podem ser leves e passageiras ou
graves e incapacitantes. As mais frequentes são paralisias em partes do corpo e
problemas de visão, memória
e fala.
A falta do sangue, que carrega oxigênio e nutrientes, pode levar à morte
neuronal em poucas horas. Por isso, o reconhecimento dos sintomas e
encaminhamento rápido ao hospital são atitudes fundamentais.
Sintomas
Fraqueza ou adormecimento em apenas um lado do corpo, dificuldade para falar
e/ou entender coisas simples, engolir, andar e enxergar, tontura, perda da
força da musculatura do rosto ficando com a boca torta, dor de cabeça intensa e
perda da coordenação motora. Os sinais acontecem de forma súbita e podem ser
únicos ou combinados.
Fatores de risco
Os fatores de risco para o AVC podem ser considerados modificáveis
(controlados com mudanças no estilo de vida ou medicamentos) ou não
modificáveis.
O tabagismo,
altas taxas de colesterol e triglicérides, sedentarismo e doenças
cardiovasculares, como hipertensão arterial e arritmias cardíacas são os
principais fatores de risco. Pessoas com pressão alta têm quatro a seis vezes
mais chances de terem um episódio de AVC. Isso acontece por conta do
enrijecimento dos vasos e aterosclerose, comuns em hipertensos, que pode levar à
obstrução arterial. Os pacientes diabéticos também devem controlar as taxas de
glicemia capilar e outros fatores de risco, pois o risco de isquemia é duas
vezes maior se comparado ao de pessoas não diabéticas.
Diagnóstico
O diagnóstico e tratamento precoce dependem da rapidez com que o paciente
procura o serviço de emergência capacitado para o atendimento de AVC, que deve
contar com equipe treinada e tomografia disponíveis 24 horas por dia, 7 dias
por semana.
O tempo recomendado para o diagnóstico do paciente com AVC, da entrada no
setor de emergência até a confirmação por exame de imagem (tomografia ou
ressonância magnética) deve ser, no máximo, de 45 minutos. A tomografia é mais
utilizada pela rapidez, disponibilidade e falta de contraindicações para sua
realização.
Devem ser realizados também exames complementares, como eletrocardiograma,
ecocardiograma, ultrassom Doppler de carótidas, Doppler transcraniano e exames
de laboratório, com a finalidade de identificar a causa da isquemia.
Tratamento
O tratamento para a desobstrução das artérias consiste na administração de
um tipo de medicamento trombolítico, que dissolve o coágulo e normaliza o fluxo
sanguíneo no cérebro. Esse tratamento deve ser aplicado em até 4 horas e 30
minutos do início dos sintomas, aumentando assim as chances de recuperação e
minimizando as sequelas e taxa de mortalidade.
O medicamento também pode ser injetado diretamente no interior do coágulo,
para a destruição do trombo, por cateterismo cerebral. O procedimento,
realizado em uma sala de hemodinâmica, deve ser feito em até 6 horas do início
dos sintomas. Um cateter é introduzido na artéria femural (localizada na
virilha), seguindo o fluxo das artérias até chegar à obstrução para aplicar o
medicamento.
Existem cateteres que podem realizar a desobstrução da artéria sugando ou
retirando o trombo ou coágulo de dentro do vaso. Nestes casos, chamados de
terapia combinada, o medicamento pode ou não ser utilizado.
O tratamento com trombolíticos é uma realidade recente. Aprovado desde 1995,
é o único disponível para este tipo de acidente cerebral. Devido aos seus
critérios de exclusão, sendo o principal o tempo de 4 horas e 30 minutos,
somente pacientes selecionados recebem este tratamento.
Independente da técnica, o fator fundamental para um bom resultado é o
tempo. Quanto menor o tempo entre os sintomas e o tratamento, maiores as
chances de recuperação.
Os cuidados realizados nos pacientes pela equipe multiprofissional (médicos,
enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas,
fonoaudiólogos e psicólogos) são os que trazem mais benefícios para os
pacientes. A prevenção de complicações como infecções e o início da
reabilitação precoce são os mais importantes para todos os pacientes,
trombolisados ou não.
Prevenção
É indispensável o controle da pressão arterial a níveis inferiores a 12X8
cmHg, do diabetes e dos níveis de colesterol no sangue. Os pacientes que
apresentam alguma doença cardíaca devem fazer acompanhamento médico regular.
Todos devem praticar exercícios físicos regulares orientados por um
profissional e manter uma alimentação equilibrada.
Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico
O que é?
O acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH) se caracteriza pelo
sangramento em uma parte do cérebro, em consequência do rompimento de um vaso
sanguíneo. Pode ocorrer para dentro do cérebro ou tronco cerebral (acidente
vascular cerebral hemorrágico intraparenquimatoso) ou para dentro das meninges
(hemorragia
subaracnóidea).
A hemorragia intraparenquimatosa (HIP), é o subtipo mais comum de hemorragia
cerebral, acometendo cerca de 15% de todos os casos de AVC.
Causas
Ocorre principalmente em decorrência da hipertensão
arterial ou de uma doença chamada angiopatia amilóide. Nestas doenças, as
paredes das artérias cerebrais ficam mais frágeis e se rompem, causando o
sangramento.
Sintomas
Os sinais e sintomas são sempre súbitos e podem ser: fraqueza de um lado do
corpo, perda da sensibilidade ou do campo visual de um ou ambos os olhos,
tontura, dificuldade para falar ou para compreender palavras simples e até
mesmo a perda da consciência ou crises
convulsivas.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por meio da realização de exames de neuroimagem, como
tomografia de crânio ou ressonância magnética, logo diante da suspeita clínica,
ou seja, imediatamente na chegada ao hospital, no serviço de emergência. Estes
exames demonstram a localização e o tamanho da hemorragia.
Tratamento
O tratamento pode ser cirúrgico ou clínico, dependendo do volume da lesão,
da localização e da condição clínica do paciente. Mesmo os pacientes tratados
cirurgicamente recebem todo o suporte clínico e de reabilitação.
O tratamento cirúrgico visa a retirar o sangue de dentro do cérebro. Em
alguns casos, coloca-se um cateter para avaliar a pressão dentro do crânio, que
aumenta por conta do inchaço do cérebro após o sangramento.
Em algumas situações, o tratamento cirúrgico é decidido por esta medida e não
realizado logo na entrada do paciente no hospital, principalmente porque alguns
têm um novo sangramento poucas horas depois do primeiro.
O tratamento clínico tem o objetivo de controlar a pressão arterial,
complicações como crises convulsivas e infecções.
A reabilitação deve ser iniciada tão logo a condição do paciente permita e é
uma parte do tratamento. Como seu início depende das condições do paciente,
somente deve ser feita quando não há perigo de piorar o estado neurológico ou
clínico. Um bom programa de reabilitação conta com uma equipe de
fonoaudiologia, fisioterapia, enfermagem e terapia ocupacional, que deverá
traçar um plano terapêutico individualizado, baseado nas sequelas neurológicas,
garantindo a qualidade de vida do paciente.
Prevenção
A prevenção deve ser feita pelo controle rigoroso da pressão
arterial, que deve ser mantida a níveis inferiores a 12 X 8 cmHg, e
evitando o consumo abusivo do álcool,
que também é um importante fator de risco para esta doença.
Fonte:
http://www.einstein.br