Pesquisar neste Blog

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Saiba tudo sobre Diabetes Mellitus


O que é Diabetes
    O Diabetes mellitus é uma disfunção causada pela deficiência total ou parcial de produção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas. Como consequência a glicose não é aproveitada adequadamente pelas células provocando sua elevação no sangue, ultrapassando as taxas normais (70 a 110 mg/dl). Para entender melhor o Diabetes, é preciso conhecer a função da glicose e da insulina em nosso organismo. A glicose é quem gera energia para nosso organismo funcionar, mas isso só ocorre se houver insulina. Portanto a função da insulina é garantir a entrada de glicose nas células para a produção de energia. Quando nos alimentamos, ingerimos vitaminas, proteínas, sais minerais e glicose (açúcar). Essa glicose é absorvida no intestino, entra na corrente sanguínea e com a ajuda da insulina, penetra nas células para produzir energia e assim garantir o funcionamento do organismo. Existem algumas formas ou tipos de Diabetes, sendo os mais conhecidos os do tipo 1 e do tipo 2, no entanto existem ainda outros tipos como o gestacional, o provocado pelo uso de alguns medicamentos ou provocados por doenças do pâncreas (tumores, etc).
    O Diabetes quando não diagnosticado ou se diagnosticado e não tratado adequadamente, passa a ser um grave problema de saúde pública devido as suas complicações.

Tipos de Diabetes

Diabetes Tipo 1
    É o tipo de diabetes onde ocorre destruição das células do pâncreas que produzem insulina. Seu aparecimento se dá de forma abrupta em crianças, adolescentes e adultos jovens. O início dos sintomas é súbito e sua evolução clinica é rápida, podendo levar ao coma hiperglicêmico em poucos dias. É o chamado diabetes insulino-dependente, pois requer o uso de insulina no seu tratamento. Representa aproximadamente 10% do total de quem têm diabetes.

Diabetes Tipo 2
    É o tipo de diabetes mais comum. Neste o pâncreas diminui a produção de insulina e/ou a insulina produzida não é bem usada pelo organismo. Ocorre geralmente em adultos após os 35 anos de idade. O início dos sintomas é lento e podem passar despercebidos por longos períodos, dificultando seu diagnóstico e o tratamento. É o chamado diabetes insulino-não-dependente, na sua maioria tratado com comprimidos, embora possa também as vezes ser tratado com insulina. Representa 90% das pessoas que têm diabetes.

Diabetes Gestacional
    Geralmente surge em mulheres grávidas que não eram diabéticas, onde ocorreu alteração da tolerância a glicose em graus diversos diagnosticado durante a gestação. Geralmente, desaparece quando esta termina. Futuramente elas podem vir a desenvolver o diabetes tipo 2.

Outros tipos de Diabetes
    Específicos de diabetes podem vir a ocorrer, mas constituem situações raras de ocorrer e são causadas por: -Defeitos genéticos funcionais das células Beta e na ação da insulina;
-Doenças do Pâncreas;
-Endocrinopatias;
-Induzidos por fármacos e agentes químicos;
-Infecções;
-Formas incomuns de diabetes imuno-mediado;
-Outras síndromes genéticas associadas ao diabetes.

Como Diagnosticar

    O diagnóstico do Diabetes inicialmente é feito através dos sintomas descritos pelo paciente ao médico, depois pelo exame clínico e por fim são feitos exames laboratoriais para confirmação do diagnóstico. Quando já se possui histórico de diabetes na família se faz alguns exames de forma rotineira como meio de prevenir o aparecimento do diabetes.

Exames sugeridos:

Glicemia de jejum
Inicialmente, o primeiro exame realizado para verificar se um indivíduo é portador de diabetes, ou possui tendência a se tornar, é a glicemia de jejum. Os valores considerados normais, após jejum de oito horas, são de 70 a 99 mg/dl. Valores acima de 126 mg/dl indicam uma suspeita de diabetes, exigindo a realização de exames mais específicos, dentre os quais a Curva Glicêmica (teste de tolerância a glicose).

Glicemia pós-prandial
    O método mais simples e cômodo para avaliar se o individuo está diabético, principalmente da diabetes tipo 2, é dosar a glicemia 1, 2, 3 horas após uma refeição rica em carboidratos. Em pessoas normais a glicemia não deve ser superior a 160 mg/dl, 120 mg/dl, 100 mg/ dl em 1, 2, 3 horas respectivamente.

Curva glicêmica
    Este exame consiste em, após uma coleta de sangue em jejum, administra-se glicose por via oral ou glucagon de maneira subcutânea e repete a coleta de sangue 1, 2, 3 horas após, os resultados deste teste dependem do método de análise. Valores em jejum acima de 130 mg/dl e após 2 horas acima de 200 mg/dl confirmam o diagnóstico de diabetes mellitus.

Prevenção

    No caso do diabetes tipo 2, mesmo que o individuo possua antecedentes familiares, a hereditariedade é um fator muito importante e mesmo sendo portador de uma carga genética, é possível evitar ou retardar o aparecimento do diabetes desde que se mantenha o peso, pratique atividades físicas, evitando o sedentarismo, e evite a obesidade, que é preocupante por ser um dos fatores desencadeantes deste tipo de diabetes.
     A obesidade aumenta a exigência sobre seu pâncreas e a perda de peso no caso de indivíduo obeso ou a manutenção do peso acabará por minimizar essa sobrecarga de trabalho ao órgão.
   O ser humano durante o processo de envelhecimento tem normalmente uma diminuição da função pancreática / endócrina. Por isso até pouco tempo era comum ouvir coisas do tipo: diabetes é doença de velho. Isso não é verdade, pois provavelmente neste individuo já existia uma tendência, mas que com o passar dos anos acrescida do processo natural de envelhecimento fez com que o diabetes se manifestasse. Claro que se esse indivíduo tivesse abusado, tivesse ficado obeso, levasse uma vida sedentária ou praticasse grandes transtornos alimentares, provavelmente teria antecipado em anos o aparecimento do diabetes. É muito importante que indivíduos que possuam antecedentes familiares de diabetes tomem cuidado e mesmo não apresentando sintomas, pois no caso do diabetes tipo 2 eles muitas vezes passam despercebidos, façam exames de rotina e, observando qualquer alteração procurem o médico.

Fatores de risco para diabetes ou manifestações iniciais

Idade acima de 45 anos;
História familiar de diabetes;
Doença cardiovascular;
Hipertensão;
Obesidade;
Microalbuminúria (presença de proteína na urina);
Níveis de HDL-colesterol < 35 mg/dL ou tri;licerídeos > 250 mg/dL;
Portadores de glicemia de jejum alterada ( entre 110 e 126mg/dl) ou após 2h (entre 140 e 200mg/dl) no Teste de Tolerância à Glicose Oral;
Mulheres com ovários policísticos, que apresentaram diabetes na gravidez, ou que tenham tido filhos com peso acima de 4 kg ao nascimento;
Uso de drogas que podem elevar a glicemia (corticosteróides, diuréticos tiazídicos, betabloqueadores);
Pessoas que possuem estes fatores de risco devem procurar o médico e realizar periodicamente exames de glicemia.

Tratamento

Diabetes Tipo 1
    Os portadores de diabetes tipo 1 têm que aplicar insulina diariamente o que envolve o uso de seringa e agulha, ou caneta de insulina, ou para aqueles que optarem isso também pode ser feito por meio do uso de uma bomba de insulina. A necessidade de insulina é diferente para cada diabético e somente pode ser prescrita pelo médico ou diabetólogo que vai adequar tipo de insulina, a dose a ser usada e horário de acordo com:
Idade do Paciente / Tipo Físico / Alimentação / Estilo de Vida / Tipo de Atividade Física.
Existem vários tipos de insulina:
Insulina Glargina
    A Glargina é um novo tipo de insulina com ação prolongada. É absorvida lentamente e de forma estável pelo organismo a partir do local de aplicação (daí ser conhecida também como insulina basal), o que permite uma única aplicação diária. Em alguns casos, no entanto, torna-se necessário o uso combinado com outros tipos de insulina. Seu uso reduz o risco de hipoglicemias, pois não possui picos de ação. A tecnologia utilizada em sua produção é DNA recombinante, o que faz com que tenha a mesma segurança da insulina humana.

Insulina Lenta
    Insulina de ação intermediária, sua ação é obtida por meio de substâncias que retardam sua absorção pelo organismo (daí a aparência leitosa de seu líquido). Os frascos devem ser agitados de forma suave, para que os cristais se espalhem de forma uniforme antes da aplicação. Deve ser combinada a outras insulinas de ação mais rápida, ampliando assim seu espectro de ação.

Insulina Lispro ou Aspart (Ultra-rápida)
    Insulinas de ação rápida e duração curta, tem aspecto límpido e transparente. Deve ser combinada a outras insulinas de ação mais lenta, auxiliando no controle do diabetes, na rotina diária. São indicadas para a cobertura das refeições.

Insulina NPH
    Insulina de ação intermediária se parece com a insulina lenta. A adição de substâncias que retardam sua absorção pelo organismo é responsável pela sua aparência leitosa. Os frascos devem ser agitados de forma suave, para que os cristais se espalhem de forma uniforme antes da aplicação. Diferente do que acontece com a Insulina Glargina, sua ação não é homogênea e nem previsível.

Insulina Regular
    Insulina de ação rápida e duração curta, é geralmente usada em situações de emergência, como crises de cetoacidose, coma ou cirurgias ou mesmo quando o teste de glicemia se encontra alterado. Tem aspecto transparente, semelhante à água potável e é usada para complementar o uso de outras com ação mais lenta.

Diabetes Tipo 2
    Os pacientes portadores de diabetes tipo 2 geralmente fazem o tratamento medicamentoso quando necessário, utilizando hipoglicemiantes orais. Esses medicamentos podem agir aumentando a secreção de insulina ou melhorando a ação da insulina e a dose desses medicamentos deve ser prescrita pelo médico, pois é individual. Alguns diabéticos do tipo 2 em fase inicial conseguem manter seu diabetes sob controle apenas seguindo dieta rigorosa, assim como outros que já desenvolveram complicações necessitam utilizar insulina, ou nos casos em que o tratamento não está sendo eficaz em atingir os objetivos de glicemia adequada.

Os medicamentos orais utilizados para o controle do diabetes tipo 2 se classificam em:
Sulfoniluréias
Estimulam a produção de insulina.
Clorpropamida;
Glibenclamida;
Glipizida.
Biguanidas

Melhoram a resistência a insulina.
Metformina.
Inibidores da Alfa-glicosidase
Diminuem a absorção de carboidratos.
Acarbose.
Metiglinidas

Estimulam a secreção pancreática de insulina.
Repaglinida;
Nateglinida.
Glitazonas

Aumentam a sensibilidade à insulina no tecido muscular.
Pioglitazona.
Inibidores da enzima DPP-4
Aumentam a secreção de insulina e reduzem a secreção de glucagon.
Vildagliptina;
Sitagliptina;
Linagliptina;
Saxagliptina.


Obs: Lembre-se que somente o médico pode prescrever remédios, a automedicação é um grande risco à sua saúde e pode levar a morte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário