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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Repercussão sobre a Fosfoetanolamina

Primeiramente o que é Fosfoetanolamina ?
    A fosfoetanolamina (2-aminoetanol dihidrogenofosfato) é um componente metabólico precursor de fosfolipídio e sua molécula apresenta a massa molecular de 141,1 g/mol, e é um fostomonoéster. Trata-se de um derivado da etanolamina, sendo parte de um conjunto de metabólitos celulares que são usados na biossíntese de esfingomielinas. Os grupos químicos presentes na fosfoetanolamina contém funções orgânicas de caráter ácido (pKa1 = 5,61 e pKa2 = 10,39) e básicos (grupo amina :NH2). Em sua versão sintética, a fosfoetanolamina é fosforilada artificialmente, com possíveis propriedades anti-inflamatórias e apoptóticas
    Presente na membrana plasmática de células animais, e que participa da síntese de fosfatidiletanolamina no retículo endoplasmático, bem como de várias etapas do metabolismo celular, como o metabolismo mitocondrial, síntese de acetilcolina, e síntese hormonal.

A Repercussão
    Um professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP) acredita que conseguiu desenvolver uma substância que pode curar o câncer. Gilberto Orivaldo Chierice coordenou por mais de 20 anos os estudos com a  fosfoetanolamina sintética, que imita uma substância presente no organismo e sinaliza células cancerosas para a remoção pelo sistema imunológico. “A fosfoamina está aí, à disposição, para quem quiser curar câncer”, disse o especialista.

 Gilberto Orivaldo Chierice (Fonte G1)

O que diz a Universidade de São Paulo (USP)
    A Universidade de São Paulo (USP) foi envolvida, nos últimos meses, na polêmica do uso de uma substância química, a fosfoetanolamina, anunciada como cura para diversos tipos de cânceres. Por liminares judiciais, a Universidade foi obrigada a fornecer o produto para os que a solicitam. Em respeito aos doentes e seus familiares, a USP esclarece:
    Essa substância não é remédio. Ela foi estudada na USP como um produto químico e não existe demonstração cabal de que tenha ação efetiva contra a doença: a USP não desenvolveu estudos sobre a ação do produto nos seres vivos, muito menos estudos clínicos controlados em humanos. Não há registro e autorização de uso dessa substância pela Anvisa e, portanto, ela não pode ser classificada como medicamento, tanto que não tem bula.
    Além disso, não foi respeitada a exigência de que a entrega de medicamentos deve ser sempre feita de acordo com prescrição assinada por médico em pleno gozo de licença para a prática da medicina. Cabe ao médico assumir a responsabilidade legal, profissional e ética pela prescrição, pelo uso e efeitos colaterais – que, nesse caso, ainda não são conhecidos de forma conclusiva – e pelo acompanhamento do paciente.
    Portanto, não se trata de detalhe burocrático o produto não estar registrado como remédio – ele não foi estudado para esse fim e não são conhecidas as consequências de seu uso.
    É compreensível a angústia de pacientes e familiares acometidos de doença grave. Nessas situações, não é incomum o recurso a fórmulas mágicas, poções milagrosas ou abordagens inertes. Não raro essas condutas podem ser deletérias, levando o interessado a abandonar tratamentos que, de fato, podem ser efetivos ou trazer algum alívio. Nessas condições, pacientes e seus familiares aflitos se convertem em alvo fácil de exploradores oportunistas.
    A USP não é uma indústria química ou farmacêutica. Não tem condições de produzir a substância em larga escala, para atender às centenas de liminares judiciais que recebeu nas últimas semanas. Mais ainda, a produção da substância em pauta, por ser artesanal, não atende aos requisitos nacionais e internacionais para a fabricação de medicamentos.
    Por fim, alertamos que a substância fosfoetanolamina está disponível no mercado, produzida por indústrias químicas, e pode ser adquirida em grandes quantidades pelas autoridades públicas. Não há, pois, nenhuma justificativa para obrigar a USP a produzi-la sem garantia de qualidade.
    Os mandados judiciais serão cumpridos, dentro da capacidade da Universidade. Ao mesmo tempo, a USP está verificando o possível envolvimento de docentes ou funcionários na difusão desse tipo de informação incorreta. Estuda, ainda, a possibilidade de denunciar, ao Ministério Público, os profissionais que estão se beneficiando do desespero e da fragilidade das famílias e dos pacientes.
   Nada disso exclui, porém, que estudos clínicos suplementares possam ser desenvolvidos no âmbito desta Universidade, essencialmente dedicada à pesquisa e à ciência.

O programa Fantástico da Globo
   O doutor Drauzio Varella explica e alerta. Uma suposta pílula mágica que promete curar todos os tipos de câncer atraiu centenas de pessoas para o interior de São Paulo. Mas não se engane! A chamada “fosfoetanolamina” não é remédio e nunca foi testada em seres humanos.
 
Nota da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
    Nos últimos dias, tem circulado nas redes sociais e em outros veículos de comunicação a informação sobre uma substância chamada Fosfoetanolamina. Tal substância teria sido desenvolvida por um cientista da Universidade de São Paulo (USP), com resultados favoráveis no combate ao câncer. De acordo com as notícias, o produto estaria sendo distribuído, gratuitamente, aos interessados.
Antes de qualquer medicamento ser disponibilizado para uso do Brasil, é necessária a avaliação de ensaios clínicos.     Essa análise tem por finalidade atestar a eficácia e a segurança do produto que será registrado como medicamento no País.
    Em alguns casos, a Agência pode autorizar o acesso a medicamentos que ainda não tiveram ensaios clínicos concluídos ou obtiveram registro na Anvisa, como no caso de Uso Compassivo, Acesso Expandido ou por meio do Programa de Fornecimento de Medicamento Pós-Estudo. A venda ou distribuição de qualquer medicamento sem registro, fora do contexto de uma pesquisa clínica aprovada ou fora de qualquer outro programa de acesso à medicamentos experimentais, é uma prática irregular segundo os princípios de segurança adotados pelas principais agências reguladoras de medicamentos do mundo.
    No caso da Fosfoetanolamina, a Anvisa não recebeu qualquer pedido de avaliação para registro desta substância, tampouco pedido de pesquisa clínica, que é a avaliação com pacientes humanos. Isto significa que não há nenhuma avaliação de segurança e eficácia do produto realizada com o rigor necessário para a sua validação como medicamento.
VEJA A NOTA COMPLETA:  

Opinião do Farmacêutico Bruno Bergamaschi
     A Fosfoetanolamina é uma substância que pode ajudar na cura contra o câncer, mas para que isso aconteça é necessário que o desenvolvimento dessa droga seja feito seguindo as orientações da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Todos os procedimentos e testes devem ser realizados etapa por etapa, e se a droga apresentar efeitos positivos e conseguir um registro, ela poderá ser comercializada e/ou distribuída pelo SUS.
    Todo esse procedimento gera gastos e muito tempo, então para que isso possa ocorrer deverá ter alguma empresa por trás. Aí vem a pergunta, vocês acham que depois de gastar milhões de reais em testes e produção uma droga dessa seria comercializada por um preço baixo ou distribuída tão facilmente pelo SUS.
    Espero que não somente essa substância más muitas outras surjam para combatermos essa doença tão voraz que é o Câncer, porém não adianta simplesmente pegarmos qualquer uma delas e sair distribuindo e gerando esperança de cura para a população, até mesmo porque "cada caso é um caso", existem muitos tipos de Câncer, e é desenvolvido de maneira diferente para cada pessoa. 



8 comentários:

  1. Acho a referencia do fantástico neste post desnecessário. Entre 20 anos de pesquisa e a reportagem do Fantástico indutiva, eu prefiro a ciência.
    Coerência também faz parte da inteligência. A pessoa está no leito de morte, não querem deixar tomar a substancia porquê? pode fazer mal?
    Devem ir nas benzedeiras então, que fazem aquelas misturas que nunca foi comprovado se é eficaz ou não, se é natural ou não, não tem nenhum registro. Anvisa deveria ficar em cima. Um homem aqui de SC que começou a fazer a composição foi preso. As pessoas que tomaram foram curadas. Porque foi preso? Quem denunciou? Alguém que não gostou da cura, certamente.
    Eles insistem em dizer que não pode usar por falta de teste. Mas eu já ouvi o Dr. Gilberto e outros profissionais que estavam envolvidos na pesquisa falarem diversas vezes que tentaram muitas vezes fazer os teses clínicos, fazer os procedimentos corretos, falar com a ANVISA e não conseguiram nada. Eles barram. A ANVISA diz que não recebeu nada formalmente, claro, provavelmente eles colocaram muitos empecilhos para não protocolar nada.
    Este é meu pensamento em relação a este assunto.

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    1. Obrigado Kátia pelo comentário, é muito importante as diversidades de pensamentos e opniões. Realmente também acho que há muita coisa por trás disso tudo, e infelizmente tudo gira em torno do "dinheiro". Mas penso que foi bom vir a tona esse assunto para que agora essa substância seja estudada e se comprovado realmente efeitos benígnos contra o câncer, ela poderá ser vendida e/ou distribuida para a melhora ou até a cura dos pacientes com o problema, só que da forma correta e seguindo as normas técnicas e respeitando as Leis. Lembrando que todos os medicamentos são considerados Drogas, a diferença é que quando legalizadas elas podem ser vendidas normalmente, umas contendo restrinção outras já não. A pessoa foi presa justamente por isso, estava manipulando uma droga sem controle nenhum de qualidade e sem as devidas legalidades. Já sobre a matéria do Fantástico, só coloquei pois falei sobre todas as repercussões e o que cada um disse a respeito, não é uma referência. Um abraço.

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  2. Fosfoetanolamina não é medicamento. Como parte integrante do leite materno podemos classifica-lo como alimento ou suplemento alimentar. Em uso milenar pelos seres Humanos em sua fase mais sensível e crítica - os bebes.
    Assim como arroz, feijão, etc, a substância não deve ser alvo de testes de segurança farmacêutica, cujo objetivo primário é avaliar a toxidez, e neste caso particular existe a prova real em bilhões de frágeis seres humanos.
    Por outro lado, também, há relatos de resultados positivos, benéficos, sem os efeitos colaterais da quimio/radio terapia em casos de tumores cancerigenos.

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  3. A fosfoetanolamina existe nos organismos vivos, possivelmente somos cronicamente deficientes dela, como o somos de ômega 3, de cloreto de magnésio, boro. A fosfo não é "droga" e sim "complemento alimentar" do mesmo modo que as demais substâncias que citei, que compramos e ingerimos livremente. Segundo algumas pesquisas in vitro a "fosfo" ministrada em tumores cancerígenos causa uma reativação dos processos mitocondriais que mediam a apoptose (suicídio)da célula. As pesquisas com a fosfo tem décadas, mas so emergiu pq o uso da substância virou notícia devido a ações na justiça (pois já era afamada!). Não fosse por isso NUNCA apareceria na globo. O autor deste post foi induzido pelo argumento de autoridade da globo na figura do Dráuzio para reproduzir o escárnio ao uso, e à figura do químico que a sintetizou de forma barata. O post reproduz inverdades: há - em verdade - pesquisas in vitro e in vivo, houve pesquisas clínicas sim; foram encobertas (veja as reportagens, vídeos, baixe pela internet os pdfs das pesquisas e estude). Não encha a boca pra falar com certeza do que vc não estudou! - A verdade está nos artigos científicos e não em argumentos de "desconfiança", tendensiosos (voltados à incitar à intriga,)de fonte unilateral e opositora, contrária aos avanços verdadeiros, hostil. Não acredite em reportagens falaciosas, pois a falácia, o escárnio, o ataque à reputação são as ferramentas dos mentirosos; é anti-ciência.

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    1. Olá Osmar, obrigado pelo comentário.
      Vamos lá então, primeiramente o título já diz "Repercussão sobre a Fosfoetanolamina", ou seja, é o que na data do post estava se repercurtindo. Em nenhum momento disse que a substância faz ou nao faz efeito, e sim afirmei que não existe comprovações que ela age em determinado câncer com efetividade na cura pois não há teste comprovado em Seres Humanos. O post foi em 20 de Outubro, hoje acredito que evoluímos bem já apesar da burocracia do Brasil em relação à essa substância, e espero que seja comprovada a eficácia para que o quanto antes utilize-a como tratamento ou até cura dessa doença que está cada vez mais alarmante. Não acredito em reportagens como também não passo por cima das Leis de nosso país apesar de ultrapassadas.

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